Empresas aéreas – mudanças trazidas pela pandemia
Como bem sabemos a Engenharia de Produção (EP) está presente no nosso cotidiano, pois bem agora com as nossas rotinas afetadas e o mundo todo “parado”, onde identificamos a presença da EP?
Escolhi um setor para listar alguns exemplos. Vamos falar sobre as Empresas Aéreas e as mudanças trazidas pela pandemia.
Do ponto de vista logístico: Alocação das aeronaves nos aeroportos do mundo todo em virtude da redução do fluxo aéreo resultando em muitos aeroportos cheios de aviões “estacionados”. Outro ponto importante é a utilização de aeronaves comerciais para repatriamento e para o transporte de EPI’s, em alguns casos modificando o layout da aeronave.
Para mais informações:
https://www.bbc.com/worklife/article/20200415-where-are-all-the-unused-planes-right-now
Do ponto de vista financeiro: De acordo com a ANAC Com a redução drástica de voos em março, em decorrência da pandemia do Coronavírus, havia o risco de uma paralisação total do serviço. A malha emergencial é 91,61% menor do que a originalmente prevista pelas empresas para o período. A redução drástica na operação impactou diretamente nas receitas das empresas.
Para mais informações:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51777795
https://www.anac.gov.br/noticias/2020/malha-aerea-essencial-comeca-no-sabado-28
Do ponto de vista de processos: Diante da pandemia e das necessidades de maior atenção com a higienização das aeronaves, os processos de desinfecção dos aviões estão sendo muito mais rigorosos.
Para mais informações: https://www.ethiopianairlines.com/aa/travel-updates/covid-19
Empório Nutricare: Estratégias de Atendimento ao Cliente em tempo de pandemia
Nesse período de isolamento social e restrição de funcionamento de parte do comércio, que estratégias uma empresa pode traçar para se manter ativa no mercado?
A EMPÓRIO NUTRICARE é uma empresa situada em Natal – RN, que comercializa produtos suplementares e de alimentação saudável. Dentre o seu mix de produtos, pode-se citar mercearia, alimentos sem glúten, sem lactose e sem açúcar, gelados, suplementos, temperos, chás, fitoterápicos, produtos veganos, entre outros.
A empresa atua em um segmento de nicho específico. Segundo Rosinha Nunes, proprietária da loja, a forma de atendimento de clientes era predominantemente presencial, embora já houvesse um serviço pouco utilizado de delivery. Diante do contexto da Pandemia da COVID-19, que gerou o isolamento social das pessoas e medidas de prevenção sanitárias, a empresa continua funcionando, no entanto, está adotando todas as medidas de proteção e higiene para evitar o contágio da doença, como o uso de EPI’s para os funcionários, álcool em gel e permitindo apenas um cliente na loja durante o atendimento.
No entanto, a Nutricare, que até então vendia seus produtos no atendimento presencial, se viu na necessidade de se reinventar, aderindo a outras formas de atendimento, como por exemplo, potencializando o serviço de delivery e atendendo pelo telefone ou whatsapp, com a possibilidade de drive-thru.
Para este último caso, o cliente não precisa entrar na loja. Após fazer seu pedido e ao chegar no estabelecimento para buscá-lo, ele aguarda em seu próprio veículo. Um atendente vai até o estacionamento e entrega os produtos já embalados (pedidos previamente feitos pelo cliente) e recebe o pagamento. Sendo esta modalidade aprovada e utilizada por muitos clientes, mantendo assim, a empresa ativa no mercado durante esse período de dificuldade econômica.
Assim, pode-se destacar a importância da empresa de se reinventar e procurar meios para que consiga manter sua rotatividade de vendas no mercado, ouvindo sempre as necessidades do cliente e procurando ter um atendimento de qualidade, conceitos estes de extrema importância na área da Engenharia de produção.
Gestão da Manutenção em equipamentos da saúde
Os respiradores mecânicos são essenciais no tratamento de doentes que apresentam sintomas graves da Covid-19, especialmente a Síndrome Respiratória Aguda Grave. .No início da pandemia no Brasil, estimava-se que havia mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares fora de operação (ACM, 2020), danificados e sem condições de uso nos hospitais, sendo a maioria relacionada a falta de MANUTENÇÃO.
O projeto “+ Manutenção de Respiradores” surgiu pela iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, juntamente com 10 grandes indústrias (Fiat, Ford, Honda, Jaguar, Lan Rover, Scania, Toyota, Renault, Vale e a siderúrgica ArcerlorMittal) na intenção de realizarem a manutenção dos respiradores mecânicos sem uso no Brasil. O projeto teve adesão de outros centros de pesquisa e universidades, fortalecendo uma rede voluntária que já conta com mais de 30 pontos de recebimento de equipamento em 19 estados brasileiros. Além dos respiradores, outros equipamentos médicos também já estão sendo considerados nesse projeto: monitores multiparâmetros, camas hospitalares, bombas de infusão, sistemas de ar condicionado, geradores, oxímetros, entre outros.
É necessário entender a importância do gerenciamento da MANUTENÇÃO e o tipo mais adequado em um cenário em que o funcionamento efetivo dos recursos pode salvar vidas! Não basta realizar uma MANUTENÇÃO CORRETIVA para recolocar os equipamentos em funcionamento, é preciso se antecipar à uma possível FALHA ou QUEBRA do equipamento para não ser surpreendido com uma PANE, principalmente neste momento de crise na saúde.
Para o Engenheiro de Produção é fundamental ver a manutenção como GESTÃO, permitindo tomar DECISÕES no cenário da pandemia em meio a um ambiente hospitalar, em que 1 mim é tempo suficiente para salvar uma vida.
A manutenção que mais se enquadra nesse cenário é a manutenção PROATIVA, visto que engloba ações de prevenção e predição para que se tenha maior eficiência e disponibilidade do equipamento.
Perceba, que ao adotar a manutenção PROATIVA, requer-se uma análise do engenheiro a partir de alguns parâmetros tais como: necessidade de mão de obra especializada, custo de manutenção (do operador e das peças), complexidade da ausência do equipamento em relação as implicações dessa falta (no caso, os respiradores hospitalares), possibilidade de substituição do equipamento, entre outros. A análise desses parâmetros permite a elaboração de um plano de manutenção, compreendendo alguns aspectos fundamentais:
- Inventário dos equipamentos e seus componentes, com códigos de identificação;
- Características de cada equipamento, observando recomendações do fabricante;
- Dados de funcionamento do equipamento;
- Histórico do equipamento (inspeções, quebras/falhas e reposição de peças);
- Periodicidade da manutenção;
- Procedimentos para a manutenção;
- Tempo de execução da manutenção;
- Custo relacionado à manutenção realizada;
- A equipe técnica responsável.
Portanto, entende-se que a gestão e a escolha certa do tipo de MANUTENÇÃO propiciarão a disponibilidade mais efetiva desse equipamento tão importante e necessário para superar os efeitos da Covid-19 no Brasil.
Fonte: http://www.portaldaindustria.com.br/senai/
A Engenharia auxiliando nos impactos causados pela Covid-19!
O desenvolvimento de novos produtos durante a pandemia COVID-19
O desenvolvimento de novos produtos é, desde sempre, uma tarefa muito importante e arriscada para as empresas. Vocês já pararam para pensar em como isso tem sido feito durante a pandemia do COVID-19? Hoje, trouxemos dois casos:
Caso 1: A Ypê, líder de vendas de detergentes para lavar louças no país, não fabricava o álcool em gel, mas após 72 horas de tomada a decisão de produzir, o lote inicial do produto já era distribuído para hospitais da região. Mas, diferente do que a rapidez pode nos fazer pensar, não foi uma tarefa simples. Para produzir o álcool em gel, inicialmente, a Ypê precisava: criar uma fórmula, adaptar sua linha de produção, conseguir fornecedores dos suprimentos, encontrar uma transportadora para a logística e, também, necessitava da aprovação da ANVISA. Entretanto, o maior desafio para a Ypê foi inventar uma fórmula que não dependesse de um espessante em falta no mercado, sendo esse responsável por transformar o álcool comum em um menos inflamável. Para resolver isso, a Ypê se uniu com duas empresas da área química: a Basf e a Clariant. Ambas se dispuseram a enviar amostras de produtos semelhantes ao espessante e, em 24 horas, os pesquisadores da Ypê chegaram à fórmula ideal.
(Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/um-novo-produto-em-72-horas/)
Caso 2: A Fanem, multinacional brasileira pioneira na fabricação de equipamentos médicos e de laboratório, desenvolveu novos produtos para proteção dos profissionais da saúde que trabalham no atendimento da pandemia do COVID-19. Pensando na necessidade de equipamentos com alta qualidade e eficiência exigidos pela pandemia, a empresa adaptou sua produção para criar as novas Capotas de Intubação. Segundo informações da Fanem, as capotas “permitem excelente visualização sem distorções do paciente durante os protocolos de intubação e manobras necessárias, isolando gotículas e aerossóis que ficarão contidos em seu interior reduzindo assim o risco de contaminação do profissional da saúde, além de facilitar o manuseio dos instrumentos para intubação/extubação”.
(Disponível em: https://fanem.com.br/pt/noticias/fanem-desenvolve-novos-produtos-para-protecao-dos-profissionais-da-saude-em-atendimento-durante-a-pandemia/)
A relação entre a qualidade e a Covid-19
Vocês já pararam pra pensar na importância da qualidade no contexto atual da pandemia? Caso ainda não, percebam que, mais do que nunca, necessitamos de uma gestão da qualidade eficiente, tanto em produtos, como em serviços. Querem exemplos?
Vamos lá!
1. Qualidade de equipamentos essenciais no combate do Covid-19: Nos últimos dias, a China tem sido alvo de críticas e reclamações após ter vendido para vários países máscaras, testes, desinfetantes e respiradores que não atendem ao padrão de qualidade. De acordo com o R7, países relataram testes que não apresentam resultado preciso, máscaras com defeito e desinfetantes e respiradores fora dos padrões de qualidade. Ainda segundo o jornal, “Pequim reforçou no início deste mês os regulamentos sobre a exportação de equipamentos médicos para combater o coronavírus, exigindo que os produtos atendam aos padrões da China e dos países destinatários”.
2. Prestação de serviços de internet: durante a pandemia, uma coisa era certa: a demanda pelo serviço de internet iria aumentar. Além da necessidade de socialização virtual, passou-se a ter também a necessidade de trabalhar em home office, de realizar videoconferência, assistir vídeo aulas e realizar cursos online. Entretanto, concomitante a isso, tem-se o aumento de reclamações na Anatel. No RJ, por exemplo, de acordo com O Globo, a demanda pelo serviço aumentou em 70% e o número de reclamações em 32% e “Segundo a Anatel, o número de reclamações referentes a qualidade, funcionamento e reparo da internet residencial teve o maior aumento entre todas as queixas”.
Aqui, citamos apenas duas situações, mas existem inúmeras. Agora, queremos saber de vocês: em quais serviços ou produtos do dia-a-dia, vocês percebem a necessidade de adaptação ou maior atenção quanto à qualidade durante a pandemia?
Fontes: https://noticias.r7.com/pernambuco/folha-de-pernambuco/china-confisca-mais-de- 89-milhoes-de-mascaras-por-ma-qualidade-26042020
https://noticias.r7.com/jr-na-tv/videos/china-vende-testes-de-coronavirus-com-defeito-e-mascaras-que-nao-atendem-ao-padrao-de-qualidade-para-varios-paises-24042020
https://noticias.r7.com/internacional/china-e-criticada-por-exportar-testes-e-equipamentos-com-defeitos-24042020
https://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/coronavirus-reclamacoes-sobre-banda-larga-fixa-sobem-32-apos-isolamento-social-24352281
Gestão do Conhecimento: o ciclo do conhecimento no combate a COVID-19
A Gestão do Conhecimento (GC) é de grande importância para vários campos de estudo e também nas organizações. Apesar de não aparecer com frequência relacionada com a Engenharia de Produção, ela faz parte de uma de suas áreas de concentração, denominada Engenharia Organizacional.
A GC tem por objetivo apoiar e orientar de maneira eficiente a busca do conhecimento. Para a sua operacionalização existem algumas fases (ou etapas) que ocorrem em ciclo e podem receber diferentes denominações dependendo da abordagem de cada autor. No entanto, se compararmos seus aspectos fundamentais, elas podem ser classificadas em quatro constructos do conhecimento: aquisição, armazenamento, distribuição e utilização (conceito abordado na pesquisa de Gonzales e Martins, 2017).
Para entendermos melhor a GC e suas etapas vamos utilizar como exemplo um assunto que vem sendo muito discutido devido a pandemia da COVID-19, que é a utilização da cloroquina para tratamento de pacientes infectados.
Todo conhecimento disponível é fundamental para que a superação dessa epidemia seja a mais rápida possível e para que seus efeitos sejam minimizados. O papel decisivo que tem sido desempenhado pela aplicação dos mais avançados aprendizados acumulados nas ciências da saúde, por exemplo, fica claro nos noticiários e nas conversas cotidianas.
Na primeira fase do processo de GC, a aquisição, as temáticas estudadas são aprendizagem organizacional, absorção de conhecimento, processo criativo e transformação do conhecimento. No combate a COVID-19, tem-se adquirido conhecimento por meio das pesquisas realizadas em testes diversos de uso de cloroquina, principalmente em pacientes com sintomas leves.
Na fase de armazenamento, as contribuições tratam do indivíduo, organização e tecnologia da informação. Uma pesquisa realizada sobre o uso da cloroquina é enviada pelo pesquisador (ou centro de pesquisa) para uma ou mais base de dados relacionadas a área de saúde, que podem ser bibliotecas, repositórios, entre outros.
Na fase de distribuição os estudos concentram-se nas temáticas: contato social, comunidade de prática e compartilhamento via tecnologia de informação. Pode-se citar como exemplo, a ARCA, que é o portal criado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um repositório institucional desenvolvido para disseminar e preservar a produção científica desenvolvida pela pesquisa pública em saúde do país, a qual já possui uma infinidade de artigos sobre temas diversos do Coronavírus, incluindo o uso da cloroquina em pacientes.
E, por fim, na fase de utilização, são abordados os temas forma de utilização, capacidade dinâmica e recuperação e transformação do conhecimento. Para a COVID-19, pode-se referenciar médicos, laboratórios, clínicas e hospitais, que buscam no portal da
Fiocruz todo o conhecimento necessário sobre o assunto para realização de diagnósticos e tratamento de seus pacientes em diferentes estágios da doença.
Com estes exemplos pode-se entender melhor a importância do ciclo da Gestão do Conhecimento, e, inclusive, relacioná-lo com todo o processo de desenvolvimento de uma pesquisa até a sua utilização, similar ao processo que fazemos quando escrevemos, enviamos, publicamos, “baixamos” e utilizamos um artigo.
Gostaram do tema? Quem tiver mais interesse sobre o assunto pode consultar a literatura de diversos autores, como: Davenport, Nonaka, Prusak, Sveiby, Bukowitz, entre tantos outros.
Fontes:
GONZALEZ, Rodrigo Valio Dominguez; MARTINS, Manoel Fernando. O Processo de Gestão do Conhecimento: uma pesquisa teórico-conceitual. Gestão da Produção, São Carlos, v. 24, n. 2, p. 248-265, Junho 2017 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2017000200248&lng=en&nrm=iso>
https://epocanegocios.globo.com/colunas/Enxuga-Ai/noticia/2020/03/tres-niveis-em-que-gestao-pode-ajudar-enfrentar-o-coronavirus.html
https://portal.fiocruz.br/fontes-de-informacao-cientifica